quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Minha apologia

Por Manoel Soares
Coordenador Geral da CUFA RS

Vim aqui fazer uma apologia declarada, sei que alguns vão descer a lenha, mas me reservo ao direito de dizer o que as vezes só ouvimos de relance e fingimos que não exisite. Alguns alegam que no Brasil não tem pena de morte, total equívoco, milhares de jovens são enterrados todos os dias por conta de execuções sem julgamento, condenações de morte mais silenciosas e brutais que as p
raticadas no estados unidos ou em países orientais. 



Porém temos a prática da prisão perpétua também, pessoas que estão com suas penas vencidas, mas o judiciário não consegue dar conta dos processos. Presos que dependem da boa vontade de terceiros muitas vezes mofam nos fundos das celas, no fim das contas para contratar advogados que resolvam seus problemas precisam assumir compromissos com o crime ao sair, afinal alguém tem que pagar a conta. Mesmo dispostos a ressocialização precisam sanar o débito com facções, companheiros de celas ou traficantes, na maioria das vezes por não terem colocação profissional precisa pagar com o dinheiro vindo de tráfico, assalto, latrocínio ou pagar em serviços, acabam entrando num aspiral criminoso que é impossível sair. 



As vezes a família entra em cena e assume a dívida, tirando da mesa para evitar o pior, por mais que tentem recorrer a defensória pública, falta gargalo para tanto processo, no fim o ex-pesidiário chega na vida social cheio de marcas desse processo e até que consiga se adaptar novamente é devorado pela lógica predatória vigente. 



Escrevi isso não para advogar a favor de bandido ou fazer apologia ao crime, a verdadeira apologia ao crime está na panela vazia e no descaso social em que as famílias de presos estão. Minha apologia é em favor da consciência da molecada que acha que colocar um 22 na cinta na ponta do beco é vida, se liguem que depois que você passa para dentro do muro você é um numero de processo em uma pilha e há um grande risco de não poder ir nem no enterro de sua mãe que vai morrer de desgosto ao ver você vivendo tipo bicho. O sistema penitenciário vai demorar para mudar, o sistema judiciário mais ainda, sendo assim mude você, mude seu rumo senão sua cabeça vai ser estourada, seja por uma bola de pistola ou pela depressão e ser um sub-ser-humano. Minha apologia é pela vida.

PRÉVIAS

Por Frank Domingues
Administrador de Empresas.
Técnico em Radiologia Radiodiagnostica.


Mês de julho, já comentávamos que estava por vir as prévias eleitorais e junto as aberrações que, por incrível poder de hipnose, arrematam milhares de votos e conseqüentemente elegem-se. Falamos também que muitos eleitores utilizavam da desculpa de “voto de protesto” para apoiar tais blasfêmeros.

Entre um paciente e outro, o papo continuava. Falamos dos possíveis políticos que realmente tentarão consertar anos de corrupção, peculato e outras peripécias políticas. Em algumas horas consertamos o país e seus problemas e despachamos para os presídios os políticos desonestos. Ah, e também condenamos os eleitores protestantes os quais se dão o trabalho de ir aos colégios eleitorais para votar nos candidatos inusitados, e com tudo isso o turno de trabalho já era.

Mas como em período de copa mundial onde se respira futebol em ano eleitoral, para os politizados, se respira esperança de mudança. Mas para minha surpresa, ao chegar em casa vi o despreparo dos eleitores protestantes. Serei mais claro. Ao ligar a TV na minha residência, ao percorrer as largas opções de canais abertos brasileiros, parei no SBT, o qual estava a transmitir a posição e escolha do O Maior Brasileiro de todos os Tempos.

Inicialmente me motivei, vi nomes como Santos Dumont, Getulio Vargas, Princesa Isabel, mas sem demorar muito veio a decepção: Michel Teló, Tiririca, Ronaldinho Gaúcho e uma gama de jogadores, cantores, artistas e empresários que, em nada, nem de longe contribuíram para o Brasil. Continuei a assistir, esperançoso, até que o apresentador, Carlos Nascimento, foi à platéia coletar opiniões. Minha tristeza se concretizou, a entrevistada disse: meu candidato ainda não foi eleito, Luan Santana.

Por ai já comecei minha decepção como eleitor. Decepção ao saber que esse tipo de pessoa, possui habilitação para exercer o direito de voto, direito de cidadão. Lindo as propagandas de voto jovem, voto consciente e no fundo temos essa previa. Voto por ser bonito, voto por gratidão, ao qual o político cumpriu com o seu dever para com o povo, voto “protestante”. É lamentável que aqueles que pesquisam a vida dos candidatos para exercer o direito conscientemente tenham que, com a burrice eleitoral de muitos,  eleger Dirceus, Genuinos, Demostenes entre tantos outros como representantes do povo.

Espero que tantas propagandas de votos conscientes sejam eficazes para tocar na consciência de muitos para que não desperdicem a única chance de eleger alguém que esteja disposto a mudar, disposto a tentar acabar com a corrupção em vez de mamar na teta governamental. Tirar os velhos políticos que estão há vários mandatos eletivos sem cumprir seu dever.

Se tivéssemos a decência e coragem dos hermanos argentinos, de votar errado, perceber o erro e tirar do poder o político corrupto, como foi feito com o presidente anterior a Cristina, com certeza, os eleitos pelo povo pensariam meticulosamente antes de participar de mensalões.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Passe adiante

Por Manoel Soares
Publicado em Diário Gaúcho



Amigos, muitos de nós, favelados, estamos sendo chamados para ser candidatos ou participar de campanhas eleitorais. Apesar de alguns verem o fato como algo ruim, isso significa que agora temos peso. Em outros momentos, seríamos ignorados. Agora, tentam nos cooptar. Antes, fugiam da gente, ou seja, crescemos. Porém, é importante entender o que está em jogo.
Óbvio que a pessoa que se candidata ou se vincula publicamente a uma campanha deve entender o que está em jogo, entender como funciona, para fazer análises equilibradas dos cenários.
Basicamente, existem três razões pelas quais as pessoas se candidatam.
Primeiro: fortalecer seus projetos políticos pessoais ou coletivos. Começam como vereadores e, depois, crescem e alavancam um grupo.
Segundo: fortalecer correntes internas dos partidos. Assim, oxigenam e ampliam os quadros internos, e ganham força para decisões posteriores.
Terceiro: preencher legenda e reforçar as candidaturas majoritárias. São candidatos descartáveis, que atuam como cabos eleitorais com números.
Você precisa entender em que cenário você se enquadra antes de decidir. Outro fator importante é saber que para uma pessoa ser eleita precisa de duas coisas.

Primeiro: ter um nome forte, que seja sólido nos currais eleitorais, e que sobreviva ao processo eleitoral.

Segundo: uma campanha custa caro. Quem vai pagar tem interesses que precisam ser atendidos.

Acredito que você deva observar esses fatores e avaliar o que deve ser feito. A única pergunta que lhe faço é se você precisa disso. Óbvio que se os bons não se colocarem, os maus vão dominar. Mas a política não é feita de brigadeiro e mel. Ela é uma arena, na qual sonhadores são mastigados até virarem operadores reais de mudança. Alguns conseguem realizar seus objetivos, outros desistem e reclamam. E há os que só conseguem mudar a própria vida. Passe adiante.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

FAÇA A COISA A CERTA.

Por Frank Baldez Domingues

Ano de 2012, avançando alguns meses, estaremos em outubro, mês de eleição. Até sua chegada ainda temos tempo para ver caras novas, caras velhas, caras – de – pau e algumas “aberrações”. Nesse tempo, teremos de pensar e muito a qual daremos apoio e confiança. O primeiro e grande passo e abolir as aberrações com a desculpa de que: á não vai ganhar mesmo; ou então como voto de protesto.

Devemos analisar para fazer a coisa certa. Por alguém que lute pela causa da massa, cuja seja ilibada reputação e vida política, e que seja, no mínimo, incorrompível. Difícil de achar alguém que tenha minimamente essas características, mas quem sabe daremos sorte, mesmo que seja um rosto novo ou rosto jovem ou então alguém que já provara que tens essas qualidades.

Temos o dever de nos policiar, pois cada voto errado, um prego no nosso próprio caixão é encravado, selando assim, mais quatro anos de indignação, revolta, e voz calada, aumentando ainda mais a maior qualidade da maioria dos brasileiros. A PASSIVIDADE! E nesse esmorecimento em massa, que eles fazem a farra e aumentam impérios e benefícios próprios.

Somos obrigados a filtrar os salafras, pesquisando na internet aqueles cuja votaram contra os projetos que nos é favorável, como recentemente o piso do magistério. E para os que não acessam o mundo virtual, a musica de Tonho Croco (Gang da Matriz), já e uma boa fonte para bloquear alguns dos “ilibados políticos” que com certeza, irão aparecer como vereador ou prefeito em alguma cidade do interior ou cidade a qual são originários.

Importante não se deixar enganar por promessas incabíveis ou um botijão de gás ou uma pracinha de véspera eleitoral. Devemos nos opor e ter postura de pessoas honradas e agir com a dignidade que DEUS no deu.

Pensem nisso

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Manual das crias

Por Manoel Soares
publicado em Diário Gaúcho 04\11

Se quisermos colocar tudo no mesmo saco, podemos dizer que o ser humano parece adorar quebrar laços. Muitas vezes, sem saber e sem querer, rompemos o que temos de mais precioso por palavras não ou mal ditas. A juventude é especialista na arte de expressar suas vontades de forma agressiva e descontrolada. Lembro-me dos meus 17 anos, e minha mãe merece uma medalha, pois eu era asqueroso. Por sinal, minha mãe recomendou que, nesta semana, falássemos da falta de habilidade de muitos pais para lidar com as fases dos filhos.
Temos os moderninhos, que liberam demais, ou os que prendem tanto que, na hora em que a molecada se solta, sai fazendo tudo que lhe foi proibido.
A moral é tentar manter uma relação honesta e saudável com os filhos para que o caminho do diálogo esteja sempre aberto.
Infelizmente, há pais que, quando o filho é criança, têm uma postura de "capitão Nascimento". Quando ele cresce, começam a bater de frente e a falar alto. Aí, o pau quebra e as relações vão para a banha. Não podemos confundir firmeza com agressividade, senso de justiça com birra.
Uma coisa importante esquecida por pais é que não precisam disputar com os filhos, e sim orientá-los. Não precisam mostrar quem manda, mas quem tem experiência de vida para ajudar. O complicado é achar a forma correta de entrar na mente dos filhos, pois eles, volta e meia, acham-se mais espertos e se arrebentam por isto.
Uma dica da minha mãe é não termos como base das decisões a nossa vontade, mas o que é correto, puxar os filhos para a razão lógica e ética. É importante lembrar também que crianças e adolescentes aprendem mais pelas ações do que pelas palavras. Esse papo de "faça o que eu digo, não faça o que eu faço" não cola mais.
Quem não dá exemplo não tem moral para impor. Temos de ficar atentos para não deixarmos as "crias" escaparem por entre os nossos dedos. Forte abraço!

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

A Compreensão

Por Leandro André

O conceito que melhor define comunidade é o lugar onde os indivíduos vivem em comum. Quase todas as pessoas no Planeta vivem em comunidades e o que as diferencia é a qualidade de vida. As mais pobres, com menos qualidade de vida, e as mais ricas, com mais. Fazendo uma análise apressada, encontramos a justificativa óbvia de que o dinheiro faz toda a diferença. No entanto, conclusões apressadas mascaram as coisas. Então, de forma objetiva, vamos um pouco além do óbvio nessa análise.

Com a violência generalizada no Brasil, tem sido cada vez mais comum a formação de condomínios fechados, onde a classe média alta tenta se esconder, fugir da realidade. São lugares bonitos, com belas mansões e jardins cinematográficos, que evidentemente proporcionam certa segurança e qualidade de vida para seus ocupantes. Mas o ser humano consegue ser feliz, de verdade, vivendo em bolhas completamente diferentes da realidade da imensa maioria?

Vamos deixar um pouco os ricos em suas bolhas e analisarmos as comunidades pobres das periferias, onde vive a imensa maioria da população brasileira. Por que algumas são organizadas, limpas, com saneamento e casas coloridas, enquanto outras são imundas, têm o esgoto correndo a céu aberto e o Estado não chega? Por que a diferença se a questão não é a quantidade de dinheiro de seus moradores?

Eu me atrevo a responder as duas perguntas que fiz nos parágrafos acima. Não, não é possível ser feliz vivendo em bolhas, completamente diferentes da realidade. Pode aliviar, mas o ser humano não nasceu para viver em bolhas. O cotidiano se encarrega de provar isso.

Em relação às diferenças de comunidades pobres, sendo algumas bem organizadas, bacanas, e outras um caos, o motivo está na união dos seus morados e na compreensão da importância desta união. Se o poder emana do povo, conforme garante a Constituição, então o poder está nas comunidades. As que conseguem perceber isso e se organizar alcançam melhor qualidade de vida, ao contrário das que vivem na sombra da ignorância e da pobreza do individualismo. Parece conclusão de almanaque. E até pode ser. No entanto, não adianta enrolar, pois é assim mesmo.

Eu acredito que as comunidades precisam compreender a força que têm quando seus indivíduos se unem pelo bem comum. E quando isso acontecer em nosso País, de forma ampla, então vamos ascender como sociedade e não haverá mais a necessidade dos mais ricos se refugiarem em bolhas e os mais pobres viverem pulando esgoto a céu aberto.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

12 de Outubro. Que data e essa?

Por Frank Domingues

12 de outubro data comemorativa a Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil. Data incorporada consumistamente ao dia das crianças. Ela ficou tão marcante como dia das crianças que até foi esquecido o real motivo da celebração. O que devemos relembrar nessa data? Será que devemos pensar na Santa, na religião que aos poucos está desvaindo na sociedade moderna, deixando as pessoas menos próximas de DEUS e também de seus semelhantes? Ou das crianças que alegram o mundo e de seus sorrisos ao ganhar o presente físico?
 Podíamos, ou melhor, deveríamos celebrar a Santa respeitando seus atos, melhorando nossas atitudes cristãs para com todos e incorporar esse espirito fraterno aos ensinamentos às crianças para que sigam os passos de caridade, compreensão e amor ao próximo. Passos que anda em falta em nosso meio, no mundo moderno e globalizado.
 Hoje não se fala mais em religiosidade. Não se fala em família, exceto em datas comemorativas que, mesmo que de modo raso, toque esse sentimento. Quando cito religiosidade, não e defendendo qualquer religião, mas o espirito que leva ao criador independente de que instrumento se utilize. Nossa obrigação é de instruir as futuras mentes pensadoras da importância dos preceitos éticos e deixar em terceiro plano o espirito de consumo e competitividade.
 Como poderemos explicar a um pequeno por que o amiguinho ganhou uma bicicleta e ele um boneco de R$ 1,99? Será de menor dificuldade e de maior necessidade explicar o real motivo do dia 12 de outubro e sua celebração de que fazê-lo entender que seu salário só podia adquirir um boneco. Explicar a um menino que já tem espirito fraterno e mais acessível que algum que não tem ou teve uma família que o ensinara. 
 O capitalismo, ou melhor, a globalização tomou proporções imensuráveis em um período curtíssimo que não nos deu chance adestrar e dominar a situação. Enquanto a religiosidade levou dois mil anos para ter proporções mundiais, a globalização não levou cem. Como dominar algo que cresceu ferozmente e com vontade própria? Um animal que com auxilio dos meios de informação proporciona e incentiva competitividade agressiva desconsiderando a camada e à quem irá atingir.
  A nós, menos agraciados financeiramente, resta-nos explicar aos pequeninos próximos, e dar-lhes a informação que devemos possuir e adquirir para que essas cabeças não se percam em busca da igualdade e equiparação imposta pela globalização. Uma mente perdida faz mais estragos em amplitudes estratosféricas do que uma cabeça com uma boa base e instrução familiar sólida.